Valuation de empresas de serviços é um processo complexo que requer conhecimento do negócio a ser avaliado e, principalmente, desse setor.
E é por isso que escrevemos este artigo.
Sabemos o quanto é importante avaliar uma empresa e obter dados consistentes que garantam a máxima transparência possível e informações em conformidade com a realidade.
Neste post, escrevemos sobre as diferenças nas avaliações entre empresas de produtos e serviços, como funciona o valuation, modelos de negócio B2B e B2C e quais empresas geralmente têm mais valor. Além disso, aqui você pode compreender quais características agregam mais ao valor de uma empresa no setor de serviços e, finalmente, como fazer o valuation.
Boa leitura!
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Valuation de empresas de serviços
O setor de serviços é caracterizado por atividades bastante heterogêneas, tanto em relação ao porte das empresas, quanto à remuneração média e até mesmo sobre as particularidades das atividades. São empresas que variam entre contabilidade, serviços gerais, zeladoria, agências de marketing, escritórios de advocacia, restaurantes, hotéis etc.
Quando falamos em valuation de empresas de serviços é difícil não levar em conta o forte desempenho das atividades que compõem o setor. E esse efeito surge principalmente pelo dinamismo e pela crescente participação na produção econômica brasileira. E essa característica do setor é levada em conta também nos processos de avaliação das empresas.
E uma coisa disso tudo é certa: embora haja muitas diferenças entre as empresas de serviços, é fato que todas têm uma coisa em comum: oferecer um serviço aos clientes.
Então, diferentemente das indústrias, por exemplo, que levam em conta indicadores como EBITDA, por exemplo, no caso do setor de serviços há algumas particularidades que precisam ser levadas em conta.
Diferença entre avaliar uma empresa de produtos e uma de serviços
Fazer valuation de uma empresa de serviços é bastante diferente do que uma empresa de produtos. E isso é justificado pelo seguinte motivo: as empresas do setor de serviços são mais difíceis de escalar. Ou seja: serviços não são como os produtos que podem ser estocados.
Ok, mas e daí?
Pois bem! A escalabilidade numa empresa reflete justamente a sua capacidade de operar em alta frequência. É saber lidar com alto volume de operações de forma suave e com o menor número de recursos que ela puder utilizar.
Logo, entendemos que numa empresa de serviços existe a dependência de mão de obra, que pode aumentar ainda mais dependendo da complexidade do serviço. Nesse caso, ao invés de avaliar uma empresa pelos seus produtos, empresas de serviços são avaliadas também por seus ativos intangíveis, que tendem a valer muito mais que os ativos tangíveis.
Nesse sentido, é muito importante que o avaliador tenha expertise para não confundir as técnicas na hora de fazer o valuation de uma empresa de serviços. Aqui na Yenom, por exemplo, a gente defende que independentemente da metodologia de análise, porte ou setor da empresa é imprescindível que o avaliador tenha experiência, conhecimento de mercado e compreenda o negócio que ele vai avaliar.
Como funciona o valuation de empresas de serviço?
O valuation de empresa de serviços ou de qualquer outro setor é um processo de avaliação focado em analisar a saúde financeira de uma empresa e definir qual é o seu real valor.
Há algumas metodologias de avaliação muito conhecidas por aí. Uma delas é o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), o mais tradicional em todo o mercado e também muito aceito na esfera judicial mundo afora. O FCD nada mais é do que uma técnica de análise da rentabilidade futura de um negócio que estima qual o valor real de uma empresa, marca ou ativo e tem como função determinar o seu preço justo e o retorno de investimento em suas ações.
Em outras palavras, o Fluxo de Caixa Descontado parte do princípio de que o investimento gera fluxo de caixa durante um determinado período. O método determina o valor da empresa, da marca ou do ativo de acordo com a sua capacidade de trazer retorno para os sócios.
Mas, por que as empresas realizam valuation?
Entre os benefícios de realizar valuation é que essa avaliação serve para nortear o empresário sobre o real crescimento do negócio, já que esse processo inclui na maioria dos casos a análise do seu nicho de mercado (indicadores do setor de serviços, por exemplo).
Mas, além de nortear o empresário, realizar o valuation de uma empresa de serviços serve para realizar análises de viabilidade econômica (se o lucro ou retorno do negócio é sustentável), compra ou venda da empresa (avaliar os ativos e passivos da empresa, entre outros), cisão, fusão, incorporação e tantos outras.
B2B e B2C: qual empresa de serviços tem mais valor?
Para realizar o valuation de uma empresa de serviços é preciso enxergar também os modelos de negócio do mercado (não que não exista esses mesmos modelos em outros setores).
Empresas B2C (business-to-customer) é o modelo de negócios onde uma empresa vende um produto, serviço ou informação diretamente para o consumidor, sendo este uma pessoa física. Já as empresas B2B (business-to-business) referem-se ao modelo de negócios onde duas empresas fazem negócios como cliente e fornecedor.
E desses dois modelos de negócios, qual tem empresas de serviços com mais valor?
Empresas do modelo B2B geralmente geram mais valor do que B2C. Para ambos, porém, os comandos de diversidade da base de clientes valorizam mais os clientes de médio ou pequeno porte do que alguns clientes grandes. Com baixa concentração de clientes, o risco financeiro é reduzido. Se um cliente, por exemplo, cancelar um contrato ou fechar o negócio, a empresa de serviços permanece financeiramente viável.
Quais são as principais características das empresas de serviços levadas em conta no valuation?
Ao realizar o valuation de empresas de serviços é fundamental levar em conta uma série de características dos negócios desse setor.
Empresas com um grande fluxo de receita mensal recorrente (por exemplo, quando uma alta porcentagem de clientes se inscreve no pagamento automático de contas a cada mês) são mais valorizadas. Empresas de alarmes ou empresas de hospedagem de sites ou marketing digital (automatização de e-mails) que recebem pagamentos mensais de contas automáticas de clientes. Essas características e formas de lidar com cobranças realmente ocorrem nas empresas dão um “sobrepeso” ao valuation.
Além das características que que vimos até, outras áreas mais vantajosas quando falamos em valuation são aquelas de propriedade intelectual, relacionamentos contínuos com clientes e pessoal qualificado em vendas. Com uma boa equipe, por exemplo, a empresa garante a manutenção da sua vantagem competitiva, mesmo quando o vendedor (que normalmente impulsiona novos e repetidos negócios) sai.
Falando em equipe qualificada, é importante dizer que quanto mais capacitados forem os funcionários (ou seja, quanto mais se investir em treinamentos), mais valor agregado terá a empresa no seu valuation.
Muitas vezes os empresários acreditam que as suas empresas valem apenas o que ela produz, vende ou o que ela tem de tecnologias e outros ativos. No entanto, investir em pessoas também é inteligente quando o objetivo é valorizar o negócio.
Outro ponto muito importante quando falamos em valuation de empresas de serviços é o seu market share, ou seja, a quantidade de sua participação no mercado. Empresas que fornecem um serviço de nicho e não têm muita concorrência, por exemplo, comandarão múltiplos de valor mais alto.
Outra característica que geram mais valor às empresas é quando o negócio não depende do relacionamento pessoal do proprietário com os clientes para gerar uma receita significativa. Caso os outros funcionários tenham total autonomia e competência para vender tanto quanto um proprietário venderia, certamente a empresa se beneficiará no seu valuation.
Sendo assim, independentemente de você estar interessado em compra ou venda (ou qualquer outra ação), é necessário compreender as inúmeras características e os diversos indicadores do seu negócio de serviços.
É imprescindível que o avaliador conheça todos esses dados e saiba como usar cada um deles. Realizar valuation é uma tarefa complexa que exige muito conhecimento! E tudo isso em prol de um único resultado: dados consistentes e transações bem-sucedidas.
Conclusão: Como avaliar uma empresa de serviços
A valorização de uma empresa de serviços envolve muitos fatores – não existe uma única técnica ou fórmula que sirva para todas as empresas.
Existem dois caminhos caso seu interessa seja avaliar a sua empresa prestadora de serviços: contratar um especialista em valuation ou fazer a avaliação você mesmo (confira nossa dica de curso de valuation aqui).
Normalmente, a avaliação de empresas desse setor é baseada em critérios como histórico de lucratividade, fluxo de caixa, despesas gerais, propriedade intelectual, reputação da empresa, número de anos no negócio, oportunidades de crescimento adicional e lucros adicionais, estabilidade de funcionários / equipe de gestão chave e cliente diversificação, entre outros.
Além disso, na avaliação é considerado também se a empresa pode adicionar mais serviços à sua cartela de atividades. E se ela oferece algo extraordinário (especialmente em uma indústria ou mercado em crescimento), o seu valuation aumenta.
No parágrafo anterior falamos sobre as indústrias. Nesse caso, essas empresas estão inclusas em setores de serviços em rápido crescimento. Alguns deles são serviços de computação em nuvem e internet, baseados na web e tecnologia da informação.
Os negócios baseados na internet e com baixa sobrecarga são muito atraentes devido à escalabilidade. Além disso, o fator que contribui para a alta valorização dessas empresas é as suas capacidades de serem operadas de qualquer lugar, o que consequentemente aumenta o número de compradores em potencial. Logo, aumentam as suas demandas.
O fato é que são muitos itens a serem analisados. A complexidade de analisar empresas de serviços é muito alta. Por isso, ao contratar avaliadores para realizar o valuation da sua empresa, leve em conta a experiência deles e, muito importante: leve em conta a imparcialidade e ética, já que o valuation não deve beneficiar indevidamente nenhuma das partes (empresa e interessados na compra, sociedade etc.).